domingo, julho 13, 2008

Viva lá revolución

"Alguns exibem sua beleza porque querem que o mundo a veja. Outros tentam esconder sua beleza porque querem que o mundo veja outra coisa".
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Foi este trecho de "Quatro Amigas e um Jeans Viajante" que fez o filme todo valer a pena. Trecho que me fez refletir por quase três dias inteiros e que me fez, pela primeira vez na vida, sentir orgulho da minha impopularidade, da minha timidez e de tantos outros caracteres em mim que já me fizeram nomeá-los "maiores defeitos".
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Talvez o meio em que estamos realmente nos afete, talvez seja esta sociedade moderna, exibicionista e tão cruel para com os que recusam-se a aceitá-la. Sim, de fato, penso que sim. Desde crianças aprendemos a como nos comportar, aprendemos sobre o falso moralismo tão divulgado e aceito por nós. Assimilamo-o e a ele nos submetemos. Quantas vezes me perguntei se eu era a única a encontrar na juventude um erro e uma ignorância de proporções catastróficas. Por que esta necessidade de sermos aceitos por todos ou, pelo menos, pela maioria, nos submete a tão terríveis alienações? Vejo isto em meus próprios amigos e seus Orkuts, Fotologs, etc. Vejo isto em mim. E, de repente, sou a mais tola das pessoas. Eu tentei me adaptar à sociedade dos boatos e rumores, das conclusões precipitadas. Mas devo dizer que me recuso a participar por mais tempo deste tão convidativo espetáculo de outdoors. Felizmente, não tenho mais o receio de me impor contra tão tolas generalizações. Sou do contra, sou de esquerda. Que minha boa reputação seja queimada em praça pública. Que minha doçura, meiguice e tolerável beleza sejam esquartejadas aos olhos daqueles que são de tal opinião a meu respeito.
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Nunca fui de ter rédeas ou de me deixar conduzir, mas o fazia pela boa aparência que a todos causava, o fazia principalmente para passar despercebida, para ser invisível, insignificante até. Sempre guiada pelo medo de deixar às claras minhas jovens, mas ainda assim firmes, opiniões. Medo este que a minha dita maturidade fez o favor de dizimar. Hoje tenho o imensurável prazer em dizer que não pertenço a um bando, uma banda ou à um grupo específico; minha consciência é minha doutrina.
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Não acredito que mais de cem comentários em meu Fotolog, mais de vinte mil recados em meu Orkut e mais de trezentos amigos online farão de mim uma pessoa melhor ou mais agradável ou, que farão de mim melhor cidadã, melhor ser humano. Veja, não estou criticando quem possui todos esses artifícios: estou criticando quem os têm pelas razões erradas. Nossas singularidades e excentricidades são o que nos tornam únicos, o que nos tornam interessantes. Estes sim, em minha concepção, são os verdadeiros artifícios que têm, ou pelos menos deveriam ter, valor. E esse foi apenas o exemplo mais corriqueiro que surgiu em minha mente daquilo contra estou, no mínimo, revoltada.
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Mas não me dê ouvidos, ó caro leitor, e não desperdice nem mais um minuto de seu tempo comigo. Sou pessoa extremamente taciturna e de pouca importância nesta enorme esfera virtual: não vou adicionar se não me deixar um scrap.

4 comentários:

Anônimo disse...

Confesso que tudo isso que acabei de ler fez me refletir e replanejar se não toda uma parte de minha vida.
Esse filme estava, ou melhor, está na minha lista de filmes que gostaria de assistir, e se ele fez você refletir tudo isso vou amanha mesmo buscá-lo na locadora mais próxima.
Adoro o jeito que você escreve. Muitas vezes viajo para séculos passados e que gostaria de ter vivido, pelo menos um dia.
Acho que você sabe quem sou eu. Nem vou assinar.

Unknown disse...

Perfeito! Quisera eu me perder nos textos assim. Haha!
Como dizem, quantidade não é sinônimo de qualidade (e com certeza não é). Assim, o contador do orkut não significa muita coisa. Menos ainda os inúmeros recados em um fotolog ou diversas revistas masculinas vendidas em menos de uma semana (foi uma pequena viajada, só para não perder o humor). Acho que estamos vetados a pensar assim (ou, pelo menos eu), talvez porque não tenho mais de 200 amigos no meu orkut. Contudo, prefiro ser apreciado pelos poucos que rondam meu perfil.

Ótimo texto, novamente. Não sei se você chegou onde queria, contudo, com certeza chegou em algum lugar.
Keep thinking and go on.

Anônimo disse...

ahááááááá!!!
Pegadinha do malandro..... huahuahuahuahua
Agora sim vc sabe q sou eu... sua... sua... taciturna. huahuaua
Bjus Gabi

Anônimo disse...

Seus textos são realmente muito bons. ^^

Eu adoro o modo como você se expressa e nunca vou chegar aos seus pés.

Sou sua fã.

Beijos.

PS: Concordo plenamente com tudo o que você disse. :)