quinta-feira, setembro 28, 2006

Daydreamer

Aí, assim, às vezes, eu só quero usar um jeans azul, uma regata branca, e sentir o chão sob os meus pés. Porque às vezes, eu sinto que tudo está fora de alcance, e fico querendo sentir tudo assim, intenso. Mas tem dias, que eu só quero usar um moletom e ficar deitada fingindo que a vida não existe. E rio sozinha, pensando em coisas absurdas. Até porque, duvido que exista vida de verdade lá fora. Existem pessoas, e estas não passam de pó e bons-modos-falsos. Tudo assim, encaixado e aglomerado para fazer algum sentido no fim da vida, enquanto você se balança na velha cadeira, da varanda de uma casa pequena, que a sua aposentadoria lhe permite pagar em 48 meses.

Eu não, já aceitei que sou “tecnicamente” uma pessoa. Porque depois que você aceita, nada te faz ser medíocre de novo. Nada. E sonhar, já não está nos seus planos. Talvez seja esse o problema, eu troquei meus sonhos por planos. Daydreamer. Hein? É bem por aí.

Mas tem uma imagem que não sai da minha cabeça. De uma mulher sem rosto, chegando no seu apartamento, no centro da cidade, carregando sacolas de mercado e livros de capas bonitas. Ela procura a chave nos bolsos, abre a porta, tira os sapatos no tapete bege, joga tudo em cima da mesa e, ainda no escuro, deita no sofá branco, tão calma. Estica, relaxa. A noite tem cheiro de sexta-feira, o som de músicas agitadas, de boas baladas, vem lá de fora. Mas nada importa, porque ela vive em pequenos mundos. É, mundos que ela inventou e, mesmo no escuro, ela quer ficar. Ela não vai sair. Não vai e eu sei porquê. She’s daydreamer. Or very dreamer.

domingo, setembro 24, 2006

Silêncio

Ela que vive fatos desprovidos de importância.
Ela que perde-se em devaneios - tanto os seus, quanto os alheios.
Ela que não tem valido nada, que está cansada, de falsos romances e felicidades de cinco minutos.
Ela que quer ir embora, descobrir o que tem lá fora.
Ela que já não suporta a rotina de se ser, de ganhar e de perder.
Ela que anda sozinha, que parece tão minha, naquela triste solidão.

"Mas se você partir, não esqueça de telefonar.
Pra dizer que está bem, e que sente saudades."






Por hora, um café amargo e cinco minutos de silêncio, por favor.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Dormindo

A vida tem andado calma, sem preocupações absurdas ou acontecimentos estonteantes. O tempo passa e tudo volta pro lugar.

Às vezes, queria que a vida fosse como um filme. Onde se pode parar, rebobinar, ir adiante... Ah, como eu queria ir adiante. Só pra ver, de longe mesmo, o que vai acontecer conosco.

Se houver "nós".

Pois eu ando sozinha e fico bem, quase sempre. Porque quero paz pro meu coração. Porque quero esquecer da vida e, na mesma dimensão, lembrar que ela existe.

I need you, I miss you,
more and more each day.

Quanto ao título,
só me acorde quando o mundo valer a pena.

domingo, setembro 10, 2006

Seja um Idiota!


A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele. Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? (risos)
Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não. Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.
Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora? "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche".
Ailin Aleixo

sábado, setembro 09, 2006

Good Time

Eu queria acordar naquela outra vida.
Vê-lo sorrir, chamar de meu.
Sentir o sol queimar a pele, naqueles domingos com gosto de eternidade.
Mas aí o sonho acabou e eu acordei com as respostas na mão.
E logo elas foram pro papel.
APROVADA. Poderia ser assim: SORTUDA.
Aí daqui seis ou oito meses eu pego o avião.
E vou pra lá, onde o pôr-do-sol é mais bonito, tem cheiro de romance.
"Ei, não acha que é muito nova pra se afastar de tudo?"
Ah, só vou saber quando acordar chorando, sentindo falta de tudo. Isso é fato.
"Duvido muito que você aceitaria, se ele te desse bola!"
Duvida? Bom, eu não. Pois cada minuto que passa é uma chance de mudar tudo, pra sempre.
Só isso muda as coisas, quando um momento é importante o suficiente.

Sabe aquele único sonho, que podia muito bem ficar só na imaginação?
É. Assim de repente, sem muito esforço, ele vira realidade.


Mas daqui dois anos eu volto, talvez.
Talvez ele fique aqui, bem onde eu vou deixar.
Mas talvez, ele encontre uma garota bonita, entenda o que é amor e seja feliz.
É. Só daqui seis ou oito meses.

"If I leave here now
I can make good time..."

terça-feira, setembro 05, 2006

Nada muda

Na ponta dos pés me afogo, no mar de angústia que o amanhã desperta.
Me afogo nas lembranças, do sorriso que iluminava na escuridão.
Luto todas as noites contra sua discutível perfeição.

Ainda vejo aquele rosto que carrega a tristeza de outrora.
O olhar que atravessa meus sentidos de mulher.
A voz que sussurra quando o vento bate na janela.

Mesmo distante, ainda te vejo nos meu sonhos.
E sei porquê chora quando está sozinho, no seu mundo esquecido.
Por que se perde quando te procuro?

Não quero que devolva-me as lágrimas, as noites mal dormidas.
Devolva-me a felicidade que um dia brotou no meu peito.
Devolva-me aquele amor que eu não acredito mais.

Apesar da sua indiferença, persisto na minha fria solidão.
Porque seus olhos dizem o que seu silêncio cala.
Porque seus olhos ainda brilham pra mim.

O tempo passa e nada muda.
Apenas muda de lugar.
Permaneço invisível, pra quem quer se aproximar.

domingo, setembro 03, 2006

Don't love



"There's another world inside of me that you may never see.
There's secrets in this life that I can't hide.
Somewhere in this darkness there's a light that I can't find.
Maybe it's too far away or maybe I'm just blind... maybe I'm just blind."
Be wise. Don't love.