Saudades do fotógrafo (o meu).
Lembranças do passado
(o nosso).
Hoje eu acordei sentindo cheiro de hortelã.
Lembrei das noites torturantes. Aquelas, insuportavelmente frias, que me via obrigada a adormecer apenas com a doce lembrança do seu perfume. Lembrei das manhãs ensoloradas (como hoje), que eu me perdia no sorriso, me encontrava no abraço. Lembrei dos filmes, do inverno, de folhas secas e chocolate, de sorvete e cobertor. Lembrei daqueles olhos escuros, da calma que me trazia. Foi aí que eu parei, antes de entrar no futuro.
Agora, você faz parte da minha experiência de morrer. Me empanturrei de sonhos e vontades - as mais malucas, você sabe - guardei na mala tudo que foi. Preciso sair vida à fora e deixar toda essa tristeza para trás. Felizmente, numa cidade, podemos sempre chamar um táxi e seguir sozinhos, desejando que toque depressa para o próximo intervalo.
Da nossa história só sobrou, a saudade que ficou.
See you.