Hoje eu descobri que odeio roxo, odeio a palavra "whatever" que se torna evasiva e lamentosa a cada dia. Mas, principalmente, odeio meu blog e tudo que aqui escrevo. Pensei em excluí-lo, mais de uma vez, mais de duas, mais de dúzias. Cada post que eu me proponho a fazer se torna fragmento de um fardo que, talvez, eu tenha que carregar para sempre. Aqui é tão triste e o roxo - assim como a minha idade - não me cai bem. É triste por motivos cortantes e venenosos que se espalham em milhões. E eu tentando reformar o espelho em que me perdi. Tentando reformar todo o meu mundo, todas as pessoas e as minhas dores. Milhões de pensamentos que não se perdem nem se esquecem, e me fazem esquecer de viver. Triste. Apesar do meu esforço para me manter em aparência, a tristeza já é notável. E por mais que seja loucura, eu gosto de ser assim, triste. Mas eu não gosto de me expor, e esse blog guarda muito de mim. Quem quiser pode saber como eu sou: temperamental, vulnerável, confusa e... triste. E pena é um sentimento que não me agrada. Defintivamente.
Portanto, como é início de ano e a proposta é "inovar", vamos jogar e apostar no que é seguro. Eu cansei de correr riscos. Os planos são: organizar o guarda-roupa, voltar para a academia e continuar sendo o excesso. Ler muito, pensar muito, falar muito, assistir muitos filmes, ouvir muitas músicas e gastar horas e horas na varanda... sonhando muito, também.
Esses dias alguém me disse que Almodóvar irá acabar me consumindo. E sabe, ele pode até ter razão. Mas a minha tristeza tem rumo e hora certa. Eu preciso deixar de ser covarde e fazer o mesmo. Afinal, enquanto eu chorar a esperança permancerá no sorriso. Enquanto eu chorar, eu poderei sorrir.
Talvez eu só esteja, mesmo, perdida na tradução (do meu próprio mundo).