domingo, janeiro 21, 2007

Deixa Estar

Não há problema na lembrança, em perder a esperança ou no ser ímpar e não ser par. Não há problema no não ter planos, nos meus enganos ou no desencontrar. Não há problema no tédio, na dor sem remédio ou no meu caminhar.
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Há tristeza no escrever, no medo de te perder, sem poder te ganhar. Há tristeza nas partidas, nas despedidas, na lágrima recolhida no meu olhar. Há tristeza na solidão, na batida do meu coração, no telefone insistindo em não tocar.
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Mas há felicidade na família, no sorriso dessa filha em ter pai, mãe e irmã para amar. Mas há felicidade nos domingos, na chuva e no som dos pingos, no colo do meu sossegar. Mas há felicidade na vida, que começa no meu despertar - bonita, cheirosa, exibida - e sai mundo afora, vai se aventurar!
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Faça assim: não se esqueça de mim.
Deixa estar.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

The Truth

(a parte que falta)
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Hoje, mais do que nunca, eu queria que você fosse verdade.
Well, go ahead.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Try Me

"I lost myself again
in the mirror of the past"

"O passado é doloroso", ele disse. E agora, que tenho a minha própria triste e complexa história, eu entendo. Apenas parece inesperada a sua grandiosa participação, nesse espetáculo que era para ser meu e somente. Após frases bonitas, olhares sinceros e palavras perfeitamente encaixadas na minha humilde vida, os trilhos não eram mais meus. As mudanças eram notáveis mas eu, teimosa, não me permitia ver. Afinal, você me guiava e eu prefiria assim, sem escolhas.
Com o passar do tempo, das lágrimas e de toda dor que a minha covardia causou, as doces fantasias tornaram-se descoloridas, e a minha presença no seu jogo, quase desinteressante. Peça fora do tabuleiro, superada ou deixada de lado, não importa.
Vírgulas...
Esse é o vazio que o meu coração carrega. Um coração dilacerado por suposições. Entenda que eu não posso trilhar meu caminho desconhecendo aquele que eu deixei para trás. Quero ter certeza que errei, ou certeza que não me arrependi. Tenho exclamado por um ponto final, seja caótico ou, supreendentemente, magnifíco; ser real é o que importa. Pois todos esses fatos inesperados, que fugiram do controle, apontam para uma direção e só ela: a oposta.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Good News

- O quê você quer que eu leve para o jantar?
- Uma boa notícia.
- Por quê?
- As más notícias infestaram o meu dia. E da noite, querido, só me resta você.

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Pois os meus melhores diálogos ocorrem durante momentos simples. Lavar a louça, por exemplo. Enquanto o sol se deita majestosamente através da janela. E nessa ínfima possibilidade, o horizonte parece alcançável. Novamente a vida vale a pena.
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Aqueça, coração.
Sonhe os sonhos mais doces. E desperte.
Que é para amanhecer brilhando mais forte.

domingo, janeiro 07, 2007

Call Me

[...]


And tell me again about those better days. This silence hurts me more than anything you could say.
The lights go out, the bridges burn. Once you're gone, you can't return. I'm still here...
Remember how you use to say I'd be the one to runaway?
Yeah, but I'm still here.
I know I cannot hide this emptiness inside.
But nothing is the same since you've gone.

[...]

E hoje a madrugada é reticências.

Call me.
now, tomorrow... and always.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Envy

Love is the answer at least for most of the questions in my heart.
But if tonight I look again into your eyes,
then it's you, then it's me you love.
I'll tell you one thing, it's always better when we're together.





Almost together.


terça-feira, janeiro 02, 2007

Lost in Translation

Hoje eu descobri que odeio roxo, odeio a palavra "whatever" que se torna evasiva e lamentosa a cada dia. Mas, principalmente, odeio meu blog e tudo que aqui escrevo. Pensei em excluí-lo, mais de uma vez, mais de duas, mais de dúzias. Cada post que eu me proponho a fazer se torna fragmento de um fardo que, talvez, eu tenha que carregar para sempre. Aqui é tão triste e o roxo - assim como a minha idade - não me cai bem. É triste por motivos cortantes e venenosos que se espalham em milhões. E eu tentando reformar o espelho em que me perdi. Tentando reformar todo o meu mundo, todas as pessoas e as minhas dores. Milhões de pensamentos que não se perdem nem se esquecem, e me fazem esquecer de viver. Triste. Apesar do meu esforço para me manter em aparência, a tristeza já é notável. E por mais que seja loucura, eu gosto de ser assim, triste. Mas eu não gosto de me expor, e esse blog guarda muito de mim. Quem quiser pode saber como eu sou: temperamental, vulnerável, confusa e... triste. E pena é um sentimento que não me agrada. Defintivamente.
Portanto, como é início de ano e a proposta é "inovar", vamos jogar e apostar no que é seguro. Eu cansei de correr riscos. Os planos são: organizar o guarda-roupa, voltar para a academia e continuar sendo o excesso. Ler muito, pensar muito, falar muito, assistir muitos filmes, ouvir muitas músicas e gastar horas e horas na varanda... sonhando muito, também.
Esses dias alguém me disse que Almodóvar irá acabar me consumindo. E sabe, ele pode até ter razão. Mas a minha tristeza tem rumo e hora certa. Eu preciso deixar de ser covarde e fazer o mesmo. Afinal, enquanto eu chorar a esperança permancerá no sorriso. Enquanto eu chorar, eu poderei sorrir.
Talvez eu só esteja, mesmo, perdida na tradução (do meu próprio mundo).