Despertou um pouco depois do mundo despertar lá fora. Sentia-se deslumbrante. Vestiu a camisa branca que deixou de cobri-la no quadril. Caminhou em passos quase divinos até a cozinha, preparou um café e tomou o primeiro gole encostada na pia. Atravessou as salas e parou em frente a lareira, ainda queimando em chamas frágeis. Lembrou-se da noite anterior e do que havia esquecido sob os lençóis. Voltou a cama em passos silenciosos e, ao deparar-se com o sol nascendo através da janela, notou que não estava sozinha. Pegou uma cadeira e levou-a para o centro do quarto pitoresco. Sentou-se, tomou mais um gole de café e sorriu, quase que despercebidamente.
Terminou o café e o corpo sobre a cama permanecia adormecido. Uma brisa de maio invadiu a cena pela fresta da janela entreaberta, arrepiando até os calcanhares, interrompendo a contemplação daquela felicidade tão branda, tão cinematográfica.
De repente, fixou o olhar dilatado na sutileza dos movimentos do corpo que, talvez também sentindo os sopros da estação, despertava lentamente. Ele começou a levantar-se quando a viu imóvel, hesitante. Sorriu em sua direção e com voz de sonho, pediu para que ela ocupasse o espaço vago na cama. Ela desfez-se da dúvida e encaixou-se no abraço confortante daquele sorriso doce.
O amor estava lá. Ela podia sentir em seus ossos.
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Um comentário:
Gabriela.. vi o teu blog no perfil do orkut...
É lindo demais! Adorei, tá nos favoritos, parabéns..
Beijos
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