Há uma filosofia nas poesias de todos os séculos, nas músicas, nos embriagados. Há em tudo que sente, uma filosofia, uma crença. Há uma crença, eu espero, na descrença dos céticos.
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Cínica, eu procuro ler e em mesmo tom escrever curtos parágrafos que instiguem à você, meu caro alguém. E nesses rabiscos avulsos eu procuro, plena de todo meu conhecimento em seu sentimento adormecido, abusar das figuras de lingüagem e da sinestesia. Que fique encoberto, não o faço para tornar explícita a minha verdade, como o bem de me supliciar que ela faz.
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Submersa na dor de um pseudônimo - que divide o meu reflexo em dois, enquanto eu escolho quem eu quero ser por hoje, e amanhã é depois. E se eu quisera este nome, tuberculoso e pungente, para que o faça refletir em suas lamentações matutinas, minha alma estará salva destes deuses capitalistas. Pois o farei, despretensiosa quanto ao resultado, ver que o seu fardo comparado ao meu é ridiculamente ínfimo. E nesse vereda de luz efêmera, você dará o valor subestimado à sua desprezível vida de alienado à uma era em que se come ouro no jantar.
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O meu propósito? É fazer você gostar de mim, certo de sua piedade e satisfação; quando eu, intencionalmente, não sou essa jovem escritora decadente coberta de limbo. Quando, na verdade, eu sou passos em sintonia com o resto do mundo, caminhando pela Oscar Freire. De Chanel e rímel.
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A minha crença, turva e vil, é na desconfiança desse mundo, e como você já deveria saber, na languidez da Verdade.
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