Os observadores olhos azuis da sala ao lado resolveram me atirar do penhasco, hoje. Por fim, confessaram em tom de segredo a minuciosa narrativa que me tem como tema. Oh, sad blue eyes. Escrevo trechos da carta que me fez morrer - de felicidade. E revelou o que era meu - meu mistério.
."Ela sempre carrega um livro dentro da bolsa. Surge um diferente em torno de três dias e acredito que leve esse tempo para lê-los. Deixou de ser opcional, eu acho."
"Ela tem uma calma no olhar que eu não sei quão profundo me atinge, e paralisa. E mesmo nervosa, quando estrala os dedos e morde levemente o canto da boca, ela consegue ser doce."
"Hoje o sorriso dela estava tão triste. Quase passou despercebido, ela se esforça pra se segurar. Ligou e desligou o celular muitas vezes. Depois olhou pra mim e antes que eu me levantasse, sorriu um sorriso desiludido, de quem se cansa de esperar mas não desiste."
"Ela teve um amor, já deu pra sentir. O modo racional como ela fala de relacionamento não me convence. Tanto mistério por trás daquelas mãos amáveis."
"Qualquer adjetivo pode parecer meio bobo quando se está tão perto de conhecê-la verdadeiramente. Ela é o tipo de garota que a gente encontra por acaso, ali ou aqui, talvez numa torrente de azar e quando se dá conta já não consegue ficar longe. Eu não consigo."
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Quando terminei de ler as quatro folhas, extasiada, emocionada, meio morta e meio viva, disse: "Logo você, dono desses olhos suspeitos!"
Quando terminei de ler as quatro folhas, extasiada, emocionada, meio morta e meio viva, disse: "Logo você, dono desses olhos suspeitos!"
Ele respondeu, sorrindo: "Agora eu sou culpado, confesso."
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My own world behind those blue eyes.
Um comentário:
Excelente. Lembrou-me de uma pessoa tão bem que por um momento pensei que fosse ela quem tivesse escrito. Uma pessoa da qual "eu não consigo". Excelente mesmo.
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