O problema é a espera.
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Malas prontas e o trêm para "qualquer lugar" passará em breve. Ela espera, sentada em um banco antigo de madeira. Poucas malas - ela não tem história para contar - uma mochila bege, contendo todos os seus valiosos detalhes. A roupa fica entre o vestido verde e o jeans azul - indecisa entre ser mulher e ser menina. Os calçados ela não escolhe mais, vai descalça. O sorriso é satisfeito, mas imcompleto. O olhar se perde no horizonte distante, os olhos acostumam-se, aos poucos, com a ausência das lágrimas. O cabelo é o mesmo de sempre, bagunçado, debochado e cacheado - o cabelo não a irrita mais. É outono. As folhas amareladas caem sobre ela, ali, parada à espera. O som é do vento, soprando o passado para longe. Mas o som dos fones é Linger dos Cranberries - porque, talvez, seja uma boa pedida para a despedida. Procura no lado de dentro o pouco que sobrou - fim dos trilhos.
No final da estação ela observa o moço, correndo em sua direção. Ele se ajoelha, exausto, e deita a cabeça em seu colo. Ela o acaricia e, imediatamente, o perdoa pelo atraso. Ele respira devagar enquanto a observa, com aqueles grandes olhos que chovem ternura e diz:
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- Fique comigo.
- A passagem já está paga. - ela sorri - Este é o lugar que você pertence, onde o seu belo futuro está.
- O meu futuro é incerto, mas está claro para mim que é ao seu lado.
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Ela não chora. Só o abraça forte. Nesse instante, ele soube que o tempo a levaria para sempre. O trêm apita ao longe e, finalmente, chega. Ela salta para dentro, senta ao lado da janela e o observa, desolado. A espera dela se mistura entre o trêm e o verdadeiro amor. Não admite para ninguém, mas vê seu futuro ali, chorando ternura e mágoa. Contudo, ela sabe que o seu único lar sempre foi seu lado de dentro, e toda a doçura que aquele amor deixara lá. Da janela ela observa o outono e a cena que ela jamais esquecerá. E como uma especialista em últimos olhares, aquele era, incognitamente, do seu único grande amor.
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3 comentários:
Ai que liiiindooo!!! E que pena que eles não ficam juntos. Mas, a vida é assim, fazer o quê?
Beijão!
Adorei!
:o)))
hahaha ..
quase chorei quandu terminei de ler ..
haha
zra neh .
+ pela 1º vez .. eu li tudinho .. haha .. tudinho do 1º post..
como vc tem paciencia heim ?? pra escrever tudo isso .. haha .. ou ser q vc eh vagabunda .. naum tem nd pra faze e fik escrevendu o dia todo .. ahaha .. axo q eh a 1º opção neh ...
ai ai .. comentado certo???
i olha q eu jah escrevi bastandu .. i eu naum costumo faze isso heim ?? só to fazendu iss pq vc eh minha amiguinha ...
hahaha
pronto .. agora eu naum sei + oq fla ...
qm sabe um otro dia .. mto distante .. haha .. eu possa lê otro livro desses ai q vc escreve nesse blog .. e comenta di novo ..
hahaha ..
CHEGAAAAAAAA
jah escrevi mto ..
haha ..
bjkasss
e seria o seu futuro, ser uma imortal?
rs! parabéns! mto lindo, aliás, linods, seus textos, livros, hehe!
BjãO
[obs. estou interessada num dos seguimentos do jornalismo, apto. no Campo Belo, Casper... topa? rs =P]
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