Foram incontáveis quase-romances, quase-poemas, quase-canções... Até hoje. A minha perturbação emerge desses tantos "por poucos". Dessa ausência de "porquês". Desencontros, desencontros.
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E o que seria de mim sem o Chico, a Elis e o Tom? E o que seriam dessas sextas-feiras descoloridas sem o entardecer nostálgico? O que seria da minha estafa sem a mesa bamba para apoiar os cotovelos? Quem arrancaria meus sorrisos plenos se não fosse o dono do par de tênis sujos brincando com meus pés debaixo da mesa?
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Não haveria plenitude nem pluralidade nos meus dias corriqueiros se não fossem as piadas velhas, os encontros casuais e todos aqueles planos banais. "Dessa vez, me leva contigo". Ainda que me incomodem os murmúrios e as respostas nebulosas, aprecio a instabilidade. Invejo quem a tem, quem é dela serviçal. Sou herdeira da monotonia, do verbalizado, do fadigoso.
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Contudo, comigo não há meio-termo. Escrevo nas entrelinhas e envio mensagens - extraviadas. Fabrico ilusões e fantasias para todos os gostos e bolsos. Parcelo-me, também. Tenha-me inteiramente de uma só vez, pague aos poucos. Não anime-se: gosto de reciprocidade. A condição é uma só: não aceito devoluções.
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Oito ou oitenta, amigo.
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