Primeiramente, peço perdão aos meus devaneios pela ausência. O mundo "real" tem levado de mim todo o meu tempo disponível. É verdade, admito, que passei a confiar e preferir caneta e papel. Prefiro, também, acreditar no que é passível de se concretizar - mesmo aqui, além dos muros.
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Ah, não escondo o meu desejo de voltar. Minha profissão, de uns tempos para cá, tem sido escutar as lamentações, os aprendizados e a minuciosa descrição da vida de quem já viu de tudo neste mundo - ou, pelo menos, pensa assim.
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Mas estou aqui tagarelando, na tentativa desesperada de descrever esses últimos meses. Falando aleatoriamente? "Aprecio a idéia dessas adoráveis surpresas no final da noite", e sweet drems. Mas basta. O resto fica para depois, para o espaço que sobrar.
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Encarando o doloroso arquivo deste embobrecido e abandonado blog, me deparei com um texto escrito há algum tempo, mas não publicado. O fato foi de uma estranheza aguda, afinal, os textos mal escritos, mal editados e até mesmo aqueles que desnudam excessivamente a minha pessoa, são deletados. Me apavoram esses textos em que o pensamento se perde para todo sempre, esses textos interminados. Porém, ao terminar de ler tal raridade, ficou suficientemente claro o motivo do ceticismo no publicar. Surgiu-me, então, que esse texto não me pertence, não mais. É por isso que o liberto, para que se encaixe em quem o encontre, já não me importa quem seja.
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Dias sim, dias não
Desfiz o que há por dentro e deixei a paisagem correr. Perguntei a toda pouca sensatez que já tive um dia "Esqueci? Posso enfim...?". Ela me deixou nessa reticência, me refiz quase inteira. O sol atravessava a janela, acolhedor; fechei os olhos por um instante, em completa entrega.
Me senti confortável no terceiro banco do lado direito de todos os dias, e suspirei longamente, tão orgulhosa e satisfeita. O tempo traz milhões de coisas, mas também leva. Ah, que menina tola. Pensei tanto em como esquecer que, num dia como outro qualquer, "Não é tanto, não dói mais.".
De pensar que eu quase abandonei os tabuleiros quando ele me pediu para deixar de lado. É isso que eu faço, eu transformo quem amo no que eu preciso. Nem que seja para deixar na estante, ao lado dos livros que o tempo cobre de pó.
Posso enfim continuar - e vou. Não te amo mais, adeus.
2 comentários:
You see colors no one else can see.
Tenha um belo domingo com pássaros cantando ao seu redor, breves raios de Sol acompanhado por um vento refrescante tocando sua pele..
Baci! ;)
Esses textos são um soco no estômago, para mim. Esses que você lê, os "interminados", e sente que não são o que não eram para ser ou fogem da estranha normalidade.
Ah, obrigado do apoio, os tempos não são fáceis em mudanças profundas. E, qualquer coisa, estou do outro lado também.
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