quinta-feira, dezembro 14, 2006

Confessions

Sempre que eu penso em algo interessante e produtivo para escrever, o pensamento logo me some e eu fico à ver navios e uma tela em branco. Escrever é parte da metade que eu sou, sendo assim, escrever preenche a metade vazia. Talvez seja a mesma idéia tola de todo primeiro parágrafo: pensar no título após o ponto final. Que seja assim, sem título.
Eu sempre gostei dos detalhes. Sim, das ínfimas peculiaridades que passam despercebidas. Não, o porquê eu não sei. Em um filme, por exemplo, ninguém observa os detalhes, eu sim. É algo incontrolável e de um prazer imensurável, ao mesmo tempo. É quase como cometer um crime. Roubar da vida o máximo que ela oferece. Como nas fotos antigas dá até pra sentir o cheiro do café fresquinho. Sensitiva ou um pouco louca demais (who cares?). Da mesma maneira que eu sempre gostei da madrugada, vista só por mim, lá da varanda. Só eu acordada enquanto todos dormem. Imaginando cada sonho, cada desejo se perdendo nos travesseiros, nas cobertas dessas almas encobertas. Só eu acordada e pensante. É, eu sou amante da noite, assim como sou amante do dia, e da esperança renovada a cada amanhecer. Vai me entender.
Então que seja confissão, assim, sem desfecho. Porque tudo isso foi um pretexto para te enrolar até aqui.
Será que eu consegui?

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