segunda-feira, julho 17, 2006

O passado telefona.

O telefone toca, ela corre pra atender.
- "Alô." - voz de sono.
- "Oi ga, tá fazendo o que?"
- "Ééééé, nada."
- "O que pretende fazer hoje?"
- "Arrumar minha cama, comer 4 folhas de alface com beterraba e ir pra academia."
- "Ahh. Você ainda me ama?"
- "Na verdade, não."
- "Porque eu sempre lembro de você. Você sabe que é especial."
- "Pra provar que uma pessoa é especial não precisamos lembrar sempre dela, é só não esquecê-la, nunca."
- "Então você resolveu me tirar mesmo da sua vida?"
- "Não. Só aprendi, que é pra frente que se anda."
- "Então eu ainda faço parte da sua vida?"
- "Ahãm. Também do meu passado."
- "Agora eu entendi."
- "Humm..."
- "Tchau. Beijo."
- "Tchau."

Ela vai pra varanda. Percebe que era seu passado querendo voltar. Respira fundo e continua comendo sua "deliciosa" salada de alface com beterraba, enquanto toca "Screaming Infidelities" do Dashboard Confessional. Liberdade saborosa. Quando ela sente que os problemas foram embora, alguém desliga o rádio, liga a televisão e diz: "Vai ficar olhando pro céu o dia inteiro?". Ela responde com um sorriso, sarcástico é claro, e vai arrumar a cama. Era seu mundo, chamando-a pra realidade. Amarga, amarga realidade.


"So take a look at me now
There's just an empty space"

Nenhum comentário: